Será que tudo o que é real é visível? E os olhos são nossas únicas ferramentas da visão? Como você tem vivido frente ao momento atual?
Nesse período de isolamento, quem pode ficar em casa, acorda com mais tranquilidade, faz suas refeições, vê séries, assiste a lives, alguns trabalham em home office, quem tem filhos, precisa se dedicar mais aos filhos. Não que isso seja negativo, o processo de repetição é valioso, desde que seja consciente, e não de forma inconsciente, aquela rotina no piloto automático, sabe?
Mas como a gente faz então para que esse dia tenha mais conteúdo? Que seja diferente? Com essa pandemia, tenho comprovado que toda adversidade é uma oportunidade de crescimento. E tendo agora que observar o mundo do lado de dentro e sendo intuída a olhar mais para dentro de mim mesma, comprovei como levava uma vida repetitiva. Será que isso é vida? A vida é só uma sequência de horas?
Tenho escutado que a humanidade vai sair melhor, com mais reflexões, que se tornará mais humana. Mas e eu? O que eu vou mudar na minha vida? O que esse isolamento vai mudar em mim? Eu estou de fato vivendo a vida que quero viver?
Foi então, como pesquisadora da ciência logosófica, que revela a necessidade de comprovar na própria vida o que se estuda, me tornei cientista da minha própria vida. E nesse estudo, nesse experimento, e comprovando um pouco mais a cada dia, que me propus a realizar um exercício de anotação diária para poder observar os meus movimentos internos. Quais pensamentos se manifestam em mim a cada dia? Quais percebo com maior frequência? Ensina a Logosofia: “Há na mente um grande número de pensamentos mandões, e muitas vezes os seres não têm nem remota ideia do quanto podem eles dentro dela, ficando surpresos depois de realizar atos e coisas que não teriam cometido se tivessem pensado. Isto prova que há pensamentos capazes de transtornar o ser, de levá-lo por caminhos extraviados, ao extremo de anular-lhe a razão.”
E nesse esforço consciente, sabe o que eu encontrei?
Tenho observado que quando acordo com pensamentos de bem, sinto meu ânimo menos abatido, e quando estou desatenta, um pensamento pela manhã, ou uma contrariedade, pode me atrapalhar durante todo o dia.
Vigiar a minha própria conduta, superando pensamentos e atuações tem me proporcionado encontrar amanhã, um futuro melhor. Sem deixar que notícias externas tentem entrar na minha mente me fazendo ficar preocupada, desanimada, com ansiedade e temor.
E nesse anelo de superação, o meu despertar ganha força, ganha poder, porque se tive a oportunidade de viver esse dia, preciso vivê-lo com a intensidade que um novo dia merece ser vivido.
É preciso voltar essa câmera para dentro. Ficar em casa não apenas fisicamente, mas mentalmente, sensivelmente, espiritualmente.
Tenho comprovado que dessa forma crio oportunidades de me corrigir internamente, antes de cair no erro. Construindo mais momentos felizes do que tristes diariamente e conscientemente.
Que tal praticar esse exercício diário e me contar o que tem observado? Como tem vivido cada dia e como tem conseguido supera-lo?